A prática docente no âmbito da Graduação Médica apresenta diversos desafios educacionais próprios, dentre eles, podemos destacar os efeitos da cisão ocorrida historicamente entre a formação promovida pela escola médica e o trabalho, distanciando cada vez mais a formação profissional da complexa interação de processos sociais e dos meios de produção dos serviços, bem como dos papéis exercidos pelas instituições frente às condições do mundo do trabalho e das políticas de saúde representadas pela intervenção Estatal em nível educacional e de trabalho. Embora extremamente proveitosa como meio de crescimento dentro de sua própria área de atuação, via de regra a prática docente se realiza a partir da reprodução dos meios e metodologias de predileção do próprio docente durante sua formação, mostrando-se como o caminho lógico a ser seguido no ofício da docência. A evolução profissional carrega consigo, portanto, a tentativa de resolução de suas próprias fragilidades de formação como uma nova meta a ser alcançada. Contudo, esse caminho revela a complexidade oriunda da falta de formação específica de professor, fazendo com que esses profissionais estejam suscetíveis de se embrenhar no senso comum e pouco científico da equivalência entre profissional liberal e docente.