Roteirista de sucesso, Bertina Henrichs sabe criar uma narrativa que prende pelos detalhes. Em seu romance de estréia, é uma peça de xadrez o estopim para as nuances da trama. Tal qual um peão, a heroína se sente presa em seu tabuleiro, vítima da repetição de ações — padrões de comportamento — a que se submete inconscientemente. Sua metamorfose em rainha, a possibilidade de movimentar-se em todas as direções, é a verdadeira linha de condução desta história. A JOGADORA DE XADREZ conta a história de um casal fora de sincronia. A grega Eleni vive na ilha de Naxos com o marido Panis, dono de uma pequena loja de automóveis, e os filhos adolescentes, Yannis e Dimitra. Casada desde os 18 anos, seu relacionamento caiu há muito na rotina. Assim como sua vida. Arrumadeira de um hotel, é apenas no momento da limpeza que prova um pouco de liberdade, tocando nos pertences de outras pessoas, sonhando com outra vida. Tudo segue seu ritmo habitual, até que um dia Eleni, ao efetuar a limpeza do quarto de um hóspede, vê um tabuleiro de xadrez com uma posição já montada. Por descuido, desloca uma das peças e não sabe recolocá-la corretamente. É o ponto de ruptura. Influi decisivamente em sua vida atual. Tomada por uma paixão súbita pelo jogo, ela sonha em aprender xadrez. Mas quando põe a idéia em prática, com a ajuda de seu antigo professor da escola do povoado, desencadeia-se uma tormenta em sua vida matrimonial. Suas ausências despertam suspeitas, as línguas da ilha não descansam. Alternando momentos tocantes a outros repletos de humor, A JOGADORA DE XADREZ é a emocionante jornada de uma mulher em busca de si mesma. E mostra que nunca é tarde para a felicidade e realização. “Emocionante. Possui o charme solitário de uma ilha grega.” Le monde