Este livro defende que o estudo da etnografia na América Latina deve dar muito mais atenção à escola de Lombroso do que tem feito até agora. A obra está organizada em quatro capítulos. No primeiro, descreve-se brevemente o contexto em que funcionou a galáxia de Lombroso, para depois passar às coordenadas socioculturais do debate científico sobre a chamada questão racial, tanto na Itália quanto fora dela. Nesse debate foram três os termos recorrentes e interligados: degeneração, questão social, raça. No segundo capítulo, aprofunda-se no funcionamento dessa galáxia, com seu núcleo duro e redes internacionais que acabaram sendo extremamente importantes. O terceiro trata das viagens de três grandes expoentes da galáxia na América Latina: Guglielmo Ferrero, Gina Lombroso e Enrico Ferri. São viagens que podem ser interpretadas como uma metáfora do tipo de contato entre a Itália e a América do Sul. No quarto e último capítulo, são descritos os chamados lombrosianismos na América Latina após a morte de Lombroso. Seguem breves conclusões sobre a importância de Lombroso, ou releituras de suas ideias, para a formação das ciências sociais na América Latina. Livio Sansone (Palermo, Itália, 1956) possui graduação em Sociologia pela Università degli Studi La Sapienza, mestrado e doutorado em Antropologia pela Universiteit van Amsterdam. É professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi pesquisador do Instituto of Migration and Ethnic Studies da Universiteit van Amsterdam e vice-diretor científico do Centro de Estudos Afro-Asiáticos na Universidade Cândido Mendes (Ucam/RJ). É autor de, entre outros, Negritude sem etnicidade (2004) e Estação etnográfica Bahia (Editora da Unicamp 2022).