Escrito em uma linguagem altamente so- fisticada, Os Lusíadas é, para a maioria dos lei- tores contemporâneos, um texto quase cifrado. Referências mitológicas, personagem históricos, vocabulário e sintaxe arcaicos, figuras de lin- guagem, todos esses componentes do estilo de Camões exigem treino e erudição.O trabalho de Rosemeire da Silva e Carlos Cortez Minchillo, professores de Redação e Lite- ratura do Colégio Bandeirantes de São Paulo, tem o objetivo de guiar o leitor para que ele pos- sa compreender e desfrutar da beleza poética da epopeia camoniana. Para esclarecer e auxiliar na interpretação, os autores apresentam uma sín- tese de toda a narrativa, comentam a estrutura tradicional da epopeia, transcrevam e analisam com minúcia três episódios clássicos de Os Lusía- das: A morte de Inês de Castro, O Velho do Res- telo e 0 Gigante Adamastor. As quase 400 no- tas traduzem a sequencia narrativa e chamam atenção para os recursos estilísticos empregados pelo poeta. A introdução traça um painel do Renascimento europeu, situa a obra de Camões no contexto histórico-cultural do século XVI e discute as características do gênero épico.